Duas derrocadas recentes de grandes dimensões no porto de Santa Iria colocaram em sobressalto a população da freguesia da Ribeirinha, concelho da Ribeira Grande, que, há cerca de duas décadas, reclama e espera por uma intervenção de fundo nos taludes tendo em vista o reforço da segurança de pessoas e bens.
Desde o ano de 2004 que a Junta de Freguesia da Ribeirinha tem alertado os sucessivos governos regionais dos Açores para a necessidade de intervir no local. À contínua degradação por conta da erosão marítima juntou-se a instabilidade dos taludes que nos últimos dias cederam aos elementos.
O atual presidente da Junta de Freguesia da Ribeirinha, Marco Furtado, acérrimo defensor da reabilitação do local, não calou a revolta perante os recentes acontecimentos.
“Estamos a falar de duas grandes derrocadas e parte do caminho ruiu. Nada que não tenhamos alertado as entidades competentes a seu tempo e por várias vezes”, disse, consciente de que “tudo o que a Junta de Freguesia da Ribeirinha podia ter feito foi feito ao longo de quase vinte anos”.
Marco Furtado, com a voz embargada pela tristeza do sucedido e pelo amor que tem à freguesia, lamentou que o porto de Santa Iria tenha chegado a este ponto, mas manifestou esperança de que este seja um “abre olhos a quem de direito para que a obra comece o mais depressa possível”.
O presidente desabafou que “já começa a ser violento para as pessoas que estão a lutar pela salvaguarda do porto de Santa Iria verem que nada tem sido feito”, confidenciando-se “cansado pelo acumular de alertas ao longo dos anos e sem resultados palpáveis à vista”.
O autarca lembrou que existe “um longo caminho burocrático a percorrer” após a adjudicação da obra à empresa vencedora do concurso público, apelando à “celeridade de procedimentos para que seja possível salvar o porto de Santa Iria”.
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