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Açores com mais nove casos todos na ilha Terceira

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Os Açores registam nas últimas 24 horas nove casos positivos de covid-19, todos na Terceira, anunciou hoje a Autoridade de Saúde Regional.

Os casos são resultantes de 544 análises realizadas em laboratórios de referência.

De acordo com a Autoridade de Saúde,  um dos casos é referente a um viajante, não residente, com resultado positivo após manifestação de sintomas. Dois casos estão por aferir e três casos surgem associados a um caso positivo reportado no comunicado do dia 9 de setembro, originando uma nova cadeia de transmissão local primária, na Praia da Vitória. Os restantes três casos surgem associados a dois casos positivos residentes na ilha do Pico, reportados também no comunicado do passado dia 9, originando uma cadeia de transmissão partilhada entre as ilhas do Pico (Madalena) e Terceira (Angra do Heroísmo).

À data de hoje há dois doentes internados no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, sendo que nenhum se encontra em Unidade de Cuidados Intensivos.   

Com o surgimento de duas novas cadeias de transmissão local primária nas últimas 24 horas, estão ativas no arquipélago seis cadeias, sendo três na Terceira, uma no Pico, uma partilhada entre o Pico e a Terceira e uma no Faial. Até ao presente foram extintas 240.  Em vigilância ativa estão hoje 213 pessoas.

Foram registadas 17 recuperações nos Açores nas últimas 24 horas.

A entidade de Saúde açoriana esclarece ainda que foi verificado que um caso positivo inicialmente alocado na freguesia de Rosto do Cão (Livramento), concelho de Ponta Delgada, se encontra a residir na freguesia de Nossa Senhora do Rosário, concelho da Lagoa. Um outro caso positivo inicialmente alocado na freguesia de São Pedro, concelho de Ponta Delgada, encontra-se a residir na freguesia de Santa Cruz, concelho da Lagoa.

O arquipélago regista atualmente 110 casos positivos ativos, sendo 69 em São Miguel, 20 no Pico, 18 na Terceira e três no Faial.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados nos Açores 8.794 casos positivos de covid-19, tendo recuperado da doença 8.470 pessoas. Faleceram 42, saíram do arquipélago 94 e 78 apresentaram prova de cura anterior. Até ao presente realizaram-se no arquipélago 685.692 análises para despiste do vírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.

Desde 31 de dezembro de 2020 e até 6 de setembro, foram vacinadas nos Açores 170.146 pessoas com a primeira dose (71,9 por cento) e 177.122 com vacinação completa (74,8 por cento), no âmbito do Plano Regional de Vacinação.   

DL

Por Santa Cruz, sempre!

Sérgio Costa
Candidato pelo PS à Junta de Freguesia de Santa Cruz

Santa Cruz é uma freguesia em desenvolvimento que preserva a sua génese e que se orgulha da sua essência, sendo fundamental conhecer o seu passado para realizar o seu futuro.

Quatro anos volvidos, apresento-me novamente como candidato à presidência da Junta de Freguesia de Santa Cruz, propondo-me a dar continuidade a um projeto credível e exequível que promova o progresso e o bem-estar dos Santa-cruzenses.

Conheço as pessoas, conheço a realidade da freguesia e sei quais as dificuldades existentes, por isso continuarei a estar presente, atento e com uma atitude proativa na resolução dos problemas, como tem sido prática.

Nos últimos 4 anos, fiz o melhor pela freguesia e pelas pessoas, embora com a consciência de não ter agradado a todos, por mais que quisesse ter feito. Foram muitas as famílias apoiadas, ao nível do emprego e no âmbito da habitação degradada, através de pequenas intervenções que foram imprescindíveis para o melhoramento da qualidade de vida dessas famílias e dos seus agregados familiares. A luta foi constante pela manutenção do ATM (multibanco) na freguesia e na resolução dos problemas de trânsito e estacionamento, tão reivindicados pela população, tentando ir sempre ao encontro das melhores soluções e consensos possíveis.

Reconheço que a pandemia veio alterar as dinâmicas na freguesia, levando ao adiamento e cancelamento de várias atividades, mas tudo foi feito pela segurança das pessoas e para atenuar os constrangimentos desta situação atípica.

A poucos dias das Autárquicas 2021, sem quaisquer promessas eleitoralistas, proponho para os próximos 4 anos alguns compromissos que considero necessários para Santa Cruz, nomeadamente: a requalificação do Largo do Chafariz; a requalificação do quiosque e sanitários do Jardim dos Frades e da zona envolvente ao novo arruamento, a ser construído a nascente do convento; a criação de estacionamento e instalação de um parque infantil no novo arruamento; a dinamização das Festas de Santo António; a reparação do piso do largo adjacente à Ermida de Nossa Senhora dos Remédios; o melhoramento das acessibilidades na freguesia; a manutenção do apoio às famílias no âmbito da recuperação da habitação degradada; o apoio à população através dos programas de empregabilidade; o reforço do Regulamento de Apoio Social da Junta para situações sociais pontuais e emergentes; a manutenção do apoio às instituições sociais, culturais e desportivas da freguesia e continuarei a diligenciar na oferta de novos fogos na freguesia e de lotes para autoconstrução, incluindo no Lugar dos Remédios.

Na minha linha de atuação sou muito realista e não prometo aquilo que não poderei cumprir!

Os Santa-cruzenses conhecem-me! Sabem a minha forma de ser, de estar e de trabalhar.

Caso assim entendam e eu vença as eleições, comprometo-me a dar continuidade a um trabalho sério, transparente, com abertura democrática e exclusivamente dedicado à causa pública e à freguesia.


O Diário da Lagoa convidou os candidatos às Juntas de Freguesia do Município de Lagoa a expressarem as suas ideias aos leitores. Sérgio Costa é o candidato pelo PS à Junta de Freguesia de Santa Cruz.

Três vagas de entrada deixam um legado impressionante de pianos na Graciosa

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Na segunda mais pequena ilha dos Açores, a Graciosa, um passado cultural muito rico deixou um legado impressionante de pianos, um fenómeno que foi estudado pelo pianista graciosense Fábio Mendes.

“Houve uma altura aqui na ilha em que era raro numa família não haver alguém que soubesse tocar piano. Intrigava-me, como a muita gente, como é que um pedaço de terra com 60 quilómetros quadrados, com poucos habitantes [pouco mais de quatro mil, segundo os resultados preliminares dos Censos de 2021], como é que era possível ter uma riqueza tão grande, em particular musical, e ainda mais em particular, ao nível do piano”, contou à Lusa Fábio Mendes.

A ligação com aquele instrumento vem desde cedo, mas “foi só em contexto de mestrado” que o pianista decidiu debruçar-se sobre o assunto.

Assim, a partir de uma listagem em que eram identificados cerca de 100 pianos relevantes, feita pelo padre Norberto Pacheco, autor de vários livros sobre a cultura graciosense, foi “batendo à porta dos proprietários”.

Esse levantamento permitiu identificar, “pelo menos, três vagas de entradas” deste instrumento na ilha, que plasmou no livro “O Piano na Graciosa: Práticas Musicais durante a I República”, lançado em 2017.

A “primeira referência oficial, escrita, a pianos, aparece em 1845” e é precisamente em meados do século XIX que Fábio Mendes estima que terá acontecido a primeira vaga, a mais tímida delas todas.

“Vinha cá regularmente uma espécie de delegado do distrito de ilha de Angra [do Heroísmo], fazer levantamento, ver como estavam as coisas, que obras eram precisas. Acompanhava-se aqui a moda de Lisboa e outros centros urbanos, e entre ela também os pianos. Nessa primeira fase, eram sobretudo os latifundiários e pianos de mesa”, pormenoriza.

Estes “têm um mecanismo, à semelhança do piano de cauda, na horizontal, mas ocupam menos espaço”.

“Em São Jorge, ainda há alguns exemplares, também na Terceira e no Faial, mas aqui na ilha há bastantes. Um deles é uma verdadeira relíquia e, infelizmente, está em muito mau estado”, indicou.

Trata-se de “um piano de mesa inglês, que, pelas suas características, terá sido produzido antes de 1815”.

Para chegar até ele, “foi uma verdadeira gincana”.

“Está numas águas-furtadas de uma casa, de pernas para o ar, e muito, muito, estragado”, explicou.

É um “piano que vale pela sua antiguidade, mas não é tocável”, e, mesmo que restaurar seja possível, “é como pegar num carro, ficar com a carroçaria, e pôr lá um motor novo”.

Dessa primeira fase, há pianos de várias origens, denunciadas pela sua “aparência exterior”.

“É muito fácil identificar, por exemplo, pianos franceses. Como em tudo, são muito mais exuberantes – a madeira muito mais ornamentada”.

Existem na ilha “dois pianos franceses maravilhosos: um Pleyel, a marca preferida de Chopin, e um Gaveau”, que até mereceu as honras de capa do livro de Fábio.

“É lindíssimo. Tem os candelabros, onde se colocavam as velas, um bronze quase filigrana, com imagens de esfinges”, descreveu.

Se, por um lado, “os franceses usam e abusam da ornamentação, por outro lado, há os pianos alemães, que são muito mais austeros”.

Dos modelos americanos de finais do século XIX que se encontram na Graciosa, “já quase todos têm o piano moderno, já são pianos com 88 teclas”, um padrão que foi estabelecido por volta de 1880. Antes, tinham até 66 teclas.

A predileção dos compositores do século XIX pelo piano estimulou “os construtores a produzirem sempre um instrumento que correspondesse às expectativas e exigências técnicas que colocavam nas suas obras”.

Com o final do século, vem a segunda vaga de entrada de pianos na Graciosa. “Aí, assistimos a uma espécie de aburguesamento do piano”, observou o investigador.

“O piano deixa de ser propriedade exclusiva dessa elite latifundiária, que eram membros da pequena aristocracia rural e passa a ser adquirido por membros da pequena burguesia: comerciantes, artesãos”.

Essa segunda vaga foi financiada pelo dinheiro do vinho.

“A ilha tinha muito, muito vinho. Parece anedota, mas não é – havia muitos anos em que a ilha tinha mais vinho do que água. É uma ilha muito seca, não tem ribeiras, não tem nascentes, por outro lado, tinha muito vinho, desde os séculos XVI e XVII”.

Com a chegada da filoxera e de outras pragas que atacavam a vinha, a ilha “perdeu muita mão-de-obra, quase escrava”, que emigrou, essencialmente, para o Brasil.

Nessa altura, regista-se uma “diversificação económica”, com o desenvolvimento das indústrias baleeira e da telha.

Essa nova posição de destaque da classe burguesa permitiu-lhes comprar pianos, agora já verticais, muitos deles em segunda mão.

“A terceira vaga acontece no primeiro quartel do século XX, até 1935, mais ou menos, e são pianos que entram pela mão dos emigrantes que regressam do Brasil e dos Estados Unidos”, com “pequenas fortunas”, assumindo “um papel cultural muito importante”.

A Graciosa ganha, então, “uma série de atividades culturais, desde teatro a bandas filarmónicas e tunas, passando pela criação dos primeiros clubes de futebol”.

Os loucos anos ’20 trouxeram também um “reportório super moderno para a época, principalmente música para dança de salão”, conta o pianista.

Com o passar dos anos e o abandono crescente da ilha, a vida cultural da Graciosa foi esvanecendo.

Fábio Mendes é “otimista”, porque acha que “as coisas vão mudar” mas considera que, face ao presente, a ilha “não é não é nem uma sombra daquilo que já foi”.

Inês Linhares Dias/ Lusa/ DL

A fé, o exército e a emigração impulsionaram a vocação musical açoriana

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A fé, que se instalou “como um bem maior” num arquipélago fustigado por adversidades, a disseminação das bandas militares, quando os trabalhadores conquistaram tempo de lazer, e a emigração influenciaram e impulsionaram a criação musical açoriana.

“O povo açoriano, enquanto povo insular, pela localização, pelas tormentas que passávamos, desde as intempéries, até à própria localização geográfica, sempre foi muito fustigado”, começa por explicar à Lusa Isabel Albergaria, presidente do Conservatório Regional de Ponta Delgada.

Para a organista, “isso deixou uma marca, desde o início” e “essa marca fez com que, consequentemente, a fé se instalasse como bem maior” e “a Igreja Católica encontrou aqui uma incubadora fantástica”, responsável, em grande parte, pelo desenvolvimento da vocação musical nos Açores.

A essa “grande convicção religiosa, obviamente que a música tem de estar associada”, não só pelos “rituais litúrgicos, que têm sempre música – e que também acaba por tocar nas bandas filarmónicas”, mas também pela parte profana das festas religiosas, onde prolifera a música popular.

“Daqui, todas as outras manifestações nascem, até para se confrontarem”, considera Isabel Albergaria.

A partir daí, acrescenta o maestro Marco Torre, “há um processo de transformação em algo nosso [açoriano]”.

“Temos essa capacidade de saber acolher, escolher o melhor desses modelos e reproduzir. Somos pessoas criativas por natureza”, sublinha Isabel Albergaria, adiantando que “talvez a música popular tenha sido um bocadinho mais original”.

Rafael Carvalho, grande impulsionador da viola da terra, instrumento que começou a tocar num grupo de folclore e que leciona no Conservatório de Ponta Delgada, confessa que não há forma “de perceber de onde vem a música popular, porque nasceu com as pessoas, desde sempre”.

“A música popular tem a componente de transmissão oral, que é diferente dos salmos, com reprodução escrita. O que a Isabel disse de recebermos e depois moldarmos, a música popular está completamente ligada a isso – o povo, na generalidade, era analfabeto. Há coisas que não estavam escritas e foram sendo adulteradas”, descreve.

Para o músico, “a insularidade preservou” muito do património musical tradicional açoriano.

“Também recebemos influências exteriores e, por uma questão de sobrevivência, com novos instrumentos e com várias novidades, a viola teve de se adaptar. Fomo-nos tornando especialistas em ouvir. O que vinha de fora, o pessoal trazia para a viola da terra e tornava seu”.

A meio caminho entre a música erudita e a popular, surgem as bandas filarmónicas, explica Marco Torre.

“Vieram, de alguma forma, democratizar a cultura e a música. Aparecem a meio do século XIX, após o liberalismo, e num ‘boom’ do associativismo”, beneficiando também da construção de coretos.

A própria ideia de espaço público surge nessa altura e associa-se a “um fator fundamental” – a revolução industrial.

“A partir do século XIX, as pessoas tinham tempo. Até então tinham de trabalhar de sol a sol. Entre 1850 e 1900, em Portugal, são criadas quase 700 bandas filarmónicas e isso é um número brutalíssimo”, refere o maestro, acrescentando que, “nos Açores, as filarmónicas têm a sua génese ligada com as bandas militares”.

Nessa altura, a “Igreja era muito ligada ao absolutismo, tinha muito mais interesse num Estado focado no Rei, mas, quando se dá o liberalismo, a Igreja abre-lhe as portas”.

“Abriu-se, ligou-se e pegou nas bandas filarmónicas e na música, porque, até então, mesmo os momentos laicos das festas religiosas eram particulares. É quando se começam a fazer festividades profanas oficiais que as bandas começam a fazer parte das procissões”, recorda.

Na região do país com mais filarmónicas por habitante, estas estruturas enfrentaram, há cerca de 30 anos, um inimigo improvável: a fotocopiadora, explica Marco Torre.

“Até àquela altura tínhamos de estar a passar tudo à mão, o que fazia com que houvesse muita composição por parte do mestre que estava à frente do agrupamento. Quando se dá o fenómeno das fotocópias, perdeu-se imenso esse património”, disse.

Também Rafael Carvalho identifica um entrave à proliferação da música popular: “A telefonia tem um papel muito complicado, porque as pessoas juntavam-se a ouvir a viola e a cantar e passaram a ouvir o Eusébio a jogar futebol e, à noite, as novelas”.

“A viola, coitadinha, já não tinha tanto interesse no contexto diário”, assinala.

Mas se, por um lado, a tecnologia e a influência exterior feriram, de algum modo, o reportório tradicional, por outro lado, abriram portas ao mundo.

Luís Banrezes, promotor cultural que dirige o festival Tremor e fundou a Marca Pistola, uma editora discográfica açoriana, destaca o papel da ligação com comunidades como a norte-americana.

“O desenvolvimento das rádios teve a ver também com os militares, mas a riqueza da música açoriana teve muito a ver com as nossas emigrações, que foram para os Estados Unidos e Canadá e dos próprios envios sonoros para cá”.

Banrezes reconhece na região uma “riqueza sonora absolutamente inacreditável”, que quer “capitalizar”, lamentando que o arquipélago não tenha, por exemplo, um museu dedicado inteiramente à música açoriana.

Por agora, o seu trabalho visa preservar o legado e dar-lhe uma dimensão global.

“Perdeu-se quase tudo e, entretanto, encontrou-se, por exemplo, música de artistas açorianos que fizeram música nas Bermudas. Ou imigrantes que, de repente, e por saudade, provavelmente, começaram a fazer música ‘disco sound’”.

Com géneros que vão do ‘disco’ ao metal, passando pelo hip hop e a eletrónica, Luís identifica a identidade açoriana numa característica: a “nostalgia”.

Inês Linhares Dias/ Lusa/ DL

Açores com bolsas de estudo de 300 mil euros para formar 61 professores no presente ano letivo

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O Governo regional dos Açores implementou bolsas de estudo de 300 mil euros para formar professores e vai atribuir 61 já este ano letivo, para alunos de mestrado via ensino obterem a profissionalização para a docência, foi esta sexta-feira, 10 de agosto, divulgado.

Em comunicado, o executivo açoriano esclarece que as Secretarias Regionais da Educação e da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego estabeleceram que 61 bolsas serão atribuídas no ano letivo de 2021/2022, destinando-se 22 a mestrados de Informática, 21 de Biologia e Geologia e 18 de Matemática.

“A concessão de bolsas, agora publicada, pretende suprimir, a médio prazo, a carência de pessoal docente nas escolas e resulta da aprovação, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, de uma proposta apresentada pelos partidos da coligação [PSD, CDS-PP e PPM]” que gere o Governo, lê-se na nota de imprensa.

O critério prosseguido na definição de vagas às bolsas “decorre da avaliação de contratos a termo resolutivo com recurso à bolsa de emprego público da Região Autónoma dos Açores, firmados no ano letivo anterior”, esclareceu a Secretária Regional da Educação, Sofia Ribeiro, citada no comunicado.

De acordo com a governante, esta medida, “por si só, não consegue ser suficiente para colmatar as necessidades das unidades orgânicas””.

Por isso, acrescentou, “a tónica deve assentar na criação de condições de atratividade do exercício da profissão”.

“Importa, por isso, para além de outros mecanismos, colocar à negociação alterações de fundo a três diplomas fundamentais na organização do sistema educativo regional, nomeadamente ao estatuto do pessoal docente, ao da gestão curricular da educação básica, e ao regime de criação, autonomia e gestão das unidades orgânicas”, referiu.

Sofia Ribeiro garantiu que a negociação “decorrerá ainda este ano, dando cumprimento ao programa do Governo regional dos Açores”.

A responsável indicou também que, mesmo com a integração de 321 professores nos quadros regionais e o reforço de cerca de outros 150 nas escolas do setor público face ao ano letivo anterior, “existem necessidades da rede de ensino público que continuam a necessitar de ser satisfeitas”.

Lusa/ DL

Governo dos Açores diz que extinção da empresa Sinaga foi “imprescindível”

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O secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública do Governo dos Açores, Joaquim Bastos e Silva, disse esta sexta-feira, 10 de agosto, que extinguir a açucareira Sinaga foi uma decisão “imprescindível” e das “mais óbvias” do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

Ouvido na comissão de Economia da Assembleia Regional, Bastos e Silva, considerou “desastrosa” a situação financeira da Sinaga, empresa que em 2010 foi adquirida pelo Governo dos Açores e cuja extinção já foi anunciada.

“Uma solução imprescindível, das mais óbvias que o XIII governo tomou”, disse o secretário regional, referindo-se à extinção da empresa, após uma pergunta do deputado socialista Carlos Silva sobre as alternativas para o futuro da empresa.

O governante avançou que a açucareira soma uma dívida aos fornecedores de 810 mil euros, a que se junta 35 milhões de prejuízos ao longo dos anos.

“A região autónoma dos Açores transferiu para a Sinaga, entre 2015 e 2020, cerca 8,9 milhões de euros. Se consideramos o valor de aquisição da empresa pelo Governo regional, 800 mil euros, estamos a falar de mais 35 milhões de euros pagos e a pagar pelos contribuintes”, assinalou.

Bastos e Silva disse esperar que a liquidação de “parte dos ativos, como a “marca e as máquinas”, aconteça no “decorrer do próximo ano”, sendo que a venda do património imobiliário só deverá acontecer, “provavelmente”, em 2023.

O secretário regional disse que, dos 51 trabalhadores da empresa, 21 já foram cedidos a vários serviços públicos nos últimos dois anos.

“Os restantes 30, considerando a diminuição da atividade comercial da empresa nos últimos meses, uma parte começou a ser cedida a 1 de agosto e a restante será cedida a 1 de outubro”, acrescentou.

O deputado do PS Carlos Silva questionou o governante sobre se a empresa registava capitais próprios negativos à data da decisão da extinção.

“[A empresa] não tinha capitais próprios negativos porque foram feitas as injeções de capital pelo Governo regional e pelos contribuintes”, retorquiu Bastos e Silva.

O deputado do PSD/Açores António Vasco Viveiros salientou que os capitais próprios positivos da empresa aquando da extinção só foram conseguidos através dos “reforços de capital” público, e defendeu que, se não fosse extinta, a “empresa continuaria a absorver os recursos dos contribuintes”.

Lusa/ DL

Governo regional transfere 5,4 ME de receitas de IRS para os municípios

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O Governo regional dos Açores vai transferir para os municípios da região 5,4 milhões de euros no âmbito da devolução das receitas do IRS (rendimentos de pessoas singulares) entre 2021 e 2024, foi hoje anunciado.

Para regularizar este montante, o vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, celebrou hoje, em Ponta Delgada, um protocolo com a Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA), de acordo com um comunicado do executivo açoriano.

Artur Lima defendeu que, com a assinatura deste protocolo, o Governo regional “honrou o compromisso que tinha assumido, a bem dos Açores, a bem dos municípios e a bem da sua população”, tendo apelado às autarquias para alocarem estes recursos financeiros em investimentos estruturantes para as suas comunidades.

Citado em nota de imprensa, o vice-presidente disse que serão transferidos para os municípios da região 5.489.455,00 milhões de euros, no âmbito da devolução das receitas do IRS às autarquias.

Trata-se do processamento das verbas a transferir para cada município, relativas aos meses de março a dezembro de 2009 e de dezembro de 2010.

Artur Lima disse que o pagamento será efetuado em quatro prestações, entre 2021 e 2024.

À margem da sessão, o vice-presidente salvaguardou que a regularização destas verbas é um “esforço financeiro considerável do Governo regional, que privilegia o respeito e a lealdade institucional para com as freguesias e as autarquias, mas de inteira justiça e mérito” para com o poder local e a comunidade.

Segundo o vice-presidente, o poder local é o que está “mais próximo dos cidadãos”, por isso, está mais capacitado para “responder aos anseios das comunidades locais”.

Lusa/ DL

Touradas à corda da ilha Terceira retomadas quando 85% da população açoriana estiver vacinada

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As tradicionais touradas à corda da ilha Terceira vão poder ser retomadas assim que os Açores atinjam 85% de população vacinada contra a covid-19 ou números consolidados de incidência, internamentos e óbitos, adiantou hoje o Governo regional.

“Foi consensualizado o fim da limitação de realização de touradas à corda, logo que se alcance o nível de 85% de população vacinada na região ou percentagem inferior, desde que a ponderação consolidada dos fatores da incidência, número de internados e número de óbitos assim o sustentem”, disse o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, sem adiantar previsões quanto à data para atingir aquele percentagem de vacinação no arquipélago.

O governante falava, em Angra do Heroísmo, na leitura de um comunicado conjunto assinado pelo próprio, pelo diretor regional da Saúde, pelos presidentes dos dois municípios da ilha Terceira (Angra do Heroísmo e Praia da Vitória) e pela direção da Associação Regional de Criadores de Toiros de Touradas à Corda, no final de uma reunião de quase duas horas.

Entre 1 de maio e 15 de outubro, realizam-se habitualmente mais de duas centenas de touradas à corda na ilha Terceira, aquela em que a tradição tem maior expressão nos Açores.

Nas touradas à corda, ao contrário do que acontece nas de praça, os touros correm nas ruas, amarrados por uma corda, num percurso delimitado, enquanto a população assiste, de forma gratuita, nas varandas ou nas estradas.

Desde o início da pandemia, que apenas foi autorizada a realização de touradas de praça, com entradas controladas e limitação da lotação.

Na leitura do comunicado conjunto, Clélio Meneses realçou que “nos termos legais em vigor, a realização de eventos de cariz cultural, desportivo ou recreativo obedece à limitação de três quartos da lotação máxima do respetivo espaço, bem como à obrigatoriedade de se efetuar o controlo de entradas e das regras de comportamento social dos presentes”.

O governante disse que todos os participantes na reunião “reconhecem e aceitam” que “a própria natureza dos espetáculos em apreço não permite o cumprimento das normas de controlo do vírus SARS-CoV-2”, que provoca a covid-19.

Segundo dados atualizados pela Autoridade de Saúde Regional dos Açores na segunda-feira, a região tem 177.122 pessoas com vacinação completa contra a covid-19, correspondentes a 74,8% da população do arquipélago.

Questionado pelos jornalistas, Clélio Meneses não quis avançar com uma data previsível para que seja atingida a meta dos 85%.

“Não é possível prever com rigor essa data, tendo em conta a evolução variável do processo de vacinação. Há períodos em que a vacinação decorreu de forma mais célere do que outros. Estamos a assistir neste momento a um decréscimo da vacinação”, afirmou.

“Estamos a sentir que isso está em vias de acontecer. Logo que aconteça, a vida volta ao normal, deixam de haver normas restritivas, sendo certo que há que ter sempre alguns cuidados”, acrescentou.

A época taurina termina em 15 de outubro, mas o comunicado conjunto prevê que as diferentes entidades desenvolvam “esforços no sentido de serem revistos e alterados os critérios regulamentares relativos a estes eventos, nomeadamente os que estabelecem o período da temporada taurina”.

A realização de touradas fora desse período obriga a uma alteração da legislação no Parlamento açoriano.

Questionado sobre se havia expectativas de serem realizadas touradas à corda ainda durante 2021, o secretário regional da Saúde rejeitou igualmente dar garantias.

“Penso que seria irresponsável apontar datas, pelas expectativas que criaria nas pessoas. Estamos a lidar com uma pandemia, com impactos emocionais intensos e com o cansaço que já criou em todos, desde os responsáveis decisórios até a toda a população. Ao estarmos criar expectativas, estamos a pôr no processo ainda mais carga emocional”, justificou.

Lusa/ DL

Lagoa Futsal Cup regressa com oito clubes

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A segunda edição do Lagoa Futsal Cup irá decorrer entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro no pavilhão desportivo da escola Secundárida de Lagoa, anunciou hoje a Associação Cultural Desportiva do Cabouco (ACDC).

De acordo com a nota de imprensa enviada às redações pela associação da freguesia do Cabouco, nesta segunda edição irão participar oito clubes, dos quais quatro equipas de São Miguel, uma da Terceira e três de Portugal continental.

A edição deste ano será um torneio nacional, direcionado ao escalão de benjamins e onde marcarão presença o Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal, a Academia de Futsal de Vila Real e o SC Lusitânia.

Da Associação de Futebol de Ponta Delgada (AFPD), quatro equipas marcam presença, sendo elas o CDJ Candelária, Maia CA, Casa do Povo do Livramento e Fazenda SC.

A organização reitera que “jogar com e contra equipas como o Academia de Vila Real, SC Lusitânia, Sporting CP e SL Benfica será com certeza uma experiência única e muito enriquecedora na vida desportiva dos jovens participantes”, tendo a iniciativa também como objetivo a promoção da “prática desportiva regular e estilos de vida saudáveis”.

O evento segundo a organização, irá mobilizar “cerca de 200 pessoas durante quatro dias, sendo metade das mesmas não residentes na ilha”.

DL

Guiné-Bissau e Associação de Futebol da Ponta Delgada assinam protocolo de colaboração

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O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, Carlos Teixeira, assinou hoje um protocolo com o líder da Associação de Futebol da Ponta Delgada, Robert da Câmara, para, entre outros objetivos, realizar jogos entre seleções guineenses e clubes açorianos.

O protocolo visará realizar jogos entre as seleções guineenses de futebol das categorias de sub-13, sub-15, sub-17 e sub-19 e entre as seleções do futebol de salão da Guiné-Bissau e dos Açores.

Os desafios serão realizados tanto em equipas masculinas como em femininas.

As duas entidades também se comprometeram em realizar anualmente encontros de trabalho para avaliar o andamento do protocolo hoje assinado, à luz do qual a Associação de Futebol da Ponta Delgada ainda vai ministrar cursos de formação e de capacitação para árbitros, técnicos e outros agentes e colaboradores da federação guineense.

Carlos Teixeira encontra-se de visita de três dias à ilha de São Miguel, tendo sido recebido hoje pelo presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro.

Acompanhado de Robert da Câmara, o líder federativo guineense afirmou sentir-se em casa por ter jogado futebol profissional durante dez anos em clubes açorianos.

Lusa/ DL